segunda-feira, 20 de junho de 2016

Meu pequeno balão de pensamento

Hoje, indo para o trabalho, encostei minha cabeça no vidro do ônibus para relaxar. Quando meu primeiro pensamento veio à cabeça, surgindo como um balãozinho, em sentido figurado, percebi que ele foi esmagado por vários outros balõezinhos. Perguntei-me: como poderia não haver espaço para o meu pensamento, quando havia um relativo espaço físico vazio dentro do transporte onde o silêncio imperava? Notei que exatamente o silêncio é o barulho da mente. Quantas pessoas estavam ali caladas, mas seus pensamentos estavam além desse dia, além daquele local. Pessoas que não interagiam entre si, talvez pela premissa de achar resultados para seus pensamentos acelerados: final de semana, filhos na escola, problemas financeiros, amorosos e tantos outros desconhecidos. Quanto mais alguém se cala, mas seus pensamentos gritam. Enquanto esse ônibus atravessava Brasília em um silêncio profundo, com ele estavam abafados todos os pensamentos daquelas pessoas, pensamentos de raiva, saudade, amor, paixão, tesão, preguiça, frustração, desejos, tristezas, etc. E então, uma mulher desafiou o frio intenso para abrir uma fresta da janela onde minha cabeça estava encostada. Talvez ela estivesse pensando exatamente como eu e seu impulso foi o da libertação, ou talvez ela apenas estivesse se sentindo abafada – como estava o meu pensamento. Foi aí que vários balõezinhos se dissiparam e o meu pode surgir com uma única mensagem: por que os remédios para gripe dão tanto sono? Preciso melhorar logo...

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