Hoje,
indo para o trabalho, encostei minha cabeça no vidro do ônibus para relaxar.
Quando meu primeiro pensamento veio à cabeça, surgindo como um balãozinho, em
sentido figurado, percebi que ele foi esmagado por vários outros balõezinhos. Perguntei-me:
como poderia não haver espaço para o meu pensamento, quando havia um relativo
espaço físico vazio dentro do transporte onde o silêncio imperava? Notei que
exatamente o silêncio é o barulho da mente. Quantas pessoas estavam ali
caladas, mas seus pensamentos estavam além desse dia, além daquele local.
Pessoas que não interagiam entre si, talvez pela premissa de achar resultados
para seus pensamentos acelerados: final de semana, filhos na escola, problemas
financeiros, amorosos e tantos outros desconhecidos. Quanto mais alguém se
cala, mas seus pensamentos gritam. Enquanto esse ônibus atravessava Brasília em
um silêncio profundo, com ele estavam abafados todos os pensamentos daquelas
pessoas, pensamentos de raiva, saudade, amor, paixão, tesão, preguiça,
frustração, desejos, tristezas, etc. E então, uma mulher desafiou o frio
intenso para abrir uma fresta da janela onde minha cabeça estava encostada.
Talvez ela estivesse pensando exatamente como eu e seu impulso foi o da
libertação, ou talvez ela apenas estivesse se sentindo abafada – como estava o
meu pensamento. Foi aí que vários balõezinhos se dissiparam e o meu pode surgir
com uma única mensagem: por que os remédios para gripe dão tanto sono? Preciso
melhorar logo...
Eu jurava que você ia dizer que fez um barraco com a mulher que abriu a janela
ResponderExcluirKkkkkk
Brincadeira ��
Amei mais esse texto, amo a maneira que você escreve.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirKkkkk. Amei a Crônica
ResponderExcluirMuito bom! Melhore logo rs
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