Depois de ver o mundo
cibernético sucumbindo em ódio, tenho que dizer o que realmente me ofende. Me faço essa pergunta diariamente, porque as
pessoas gastam tanto tempo em querer tirar a liberdade de outros querendo
fazê-los pensar e ou agir como uma “maioria” tradicional. O que é tradicional?
Costumes e pensamentos enraizados em ódio gratuito oriundos de um tempo em que
todo mundo vivia sobre as rédeas da sociedade, vivendo sempre de aparências e
se entregando a uma hipocrisia social do “politicamente correto”? A que era eu cheguei,
onde o progresso nunca vem, onde as pessoas boicotam empresas e novelas, que
assassinam gratuitamente, que desviam o foco para o que realmente importa; de
gente superficial que se baseiam em opiniões televisivas, que condenam
facilmente, que mudam de ideologias rapidamente. Gente POSER! (“Poser” é um
termo para designar gente superficial que vive de aparências e que diz gostar
de algo por ser conveniente). Vivo num mundo POSER! Ninguém liga para o
trabalho escravo, para a destruição do meio ambiente, para a segregação, o
preconceito, para a corrupção não só no governo federal, mas no estadual e
municipal também, ninguém liga para as fraudes que o próprio cidadão comete
para se dar bem de alguma forma, ninguém liga para as mentiras, para o abuso
infantil, para a violência doméstica, para a guerra política e religiosa,
ninguém liga para o que é realmente importante. Isso tudo me ofende!
Essa foto tirada pelo fotógrafo Kevin Carter ,
de uma menina que rastejava em direção a um distante posto de alimentação,
enquanto era observada por um abutre que esperava ela morrer, é uma das imagens que mais me preocupam e eu
me pergunto novamente: O QUE É IMPORTANTE PARA O MUNDO? Kevin recebeu prêmio
pela fotografia, mas um tempo depois cometeu suicídio, mas antes de morrer
deixou uma mensagem: "Estou deprimido… [...] Sem dinheiro para ajudar as
crianças… [...] Sou perseguido pela viva lembrança de assassinatos, cadáveres,
raiva e dor… Pelas crianças feridas ou famintas… Pelos homens malucos com o
dedo no gatilho, muitas vezes policiais, carrascos […]"
Estou cansado de rótulos,
de ver a humanidade perder o foco, retrocedendo e se autodestruindo. É como se
todo mundo andasse com uma bomba invisível agarrada ao corpo esperando para
explodir em ideologias superficiais radicalistas. O mundo anda muito extremo,
eu me sinto andando em solo minado todo o tempo, onde não posso falar, ouvir,
ser o que eu quiser ser. Eu sou cristão,
sou ateu, sou hétero, sou gay, sou branco, sou preto, sou gordo, sou magro, sou
rico, sou pobre, sou pecador, sou santo. E tudo que me proíbe de ser tudo isso,
me ofende!
Nenhum comentário:
Postar um comentário