terça-feira, 9 de junho de 2015

... ISSO ME OFENDE

Depois de ver o mundo cibernético sucumbindo em ódio, tenho que dizer o que realmente me ofende.  Me faço essa pergunta diariamente, porque as pessoas gastam tanto tempo em querer tirar a liberdade de outros querendo fazê-los pensar e ou agir como uma “maioria” tradicional. O que é tradicional? Costumes e pensamentos enraizados em ódio gratuito oriundos de um tempo em que todo mundo vivia sobre as rédeas da sociedade, vivendo sempre de aparências e se entregando a uma hipocrisia social do “politicamente correto”? A que era eu cheguei, onde o progresso nunca vem, onde as pessoas boicotam empresas e novelas, que assassinam gratuitamente, que desviam o foco para o que realmente importa; de gente superficial que se baseiam em opiniões televisivas, que condenam facilmente, que mudam de ideologias rapidamente. Gente POSER! (“Poser” é um termo para designar gente superficial que vive de aparências e que diz gostar de algo por ser conveniente). Vivo num mundo POSER! Ninguém liga para o trabalho escravo, para a destruição do meio ambiente, para a segregação, o preconceito, para a corrupção não só no governo federal, mas no estadual e municipal também, ninguém liga para as fraudes que o próprio cidadão comete para se dar bem de alguma forma, ninguém liga para as mentiras, para o abuso infantil, para a violência doméstica, para a guerra política e religiosa, ninguém liga para o que é realmente importante. Isso tudo me ofende!

 Essa foto tirada pelo fotógrafo Kevin Carter , de uma menina que rastejava em direção a um distante posto de alimentação, enquanto era observada por um abutre que esperava ela morrer,  é uma das imagens que mais me preocupam e eu me pergunto novamente: O QUE É IMPORTANTE PARA O MUNDO? Kevin recebeu prêmio pela fotografia, mas um tempo depois cometeu suicídio, mas antes de morrer deixou uma mensagem: "Estou deprimido… [...] Sem dinheiro para ajudar as crianças… [...] Sou perseguido pela viva lembrança de assassinatos, cadáveres, raiva e dor… Pelas crianças feridas ou famintas… Pelos homens malucos com o dedo no gatilho, muitas vezes policiais, carrascos […]"
Estou cansado de rótulos, de ver a humanidade perder o foco, retrocedendo e se autodestruindo. É como se todo mundo andasse com uma bomba invisível agarrada ao corpo esperando para explodir em ideologias superficiais radicalistas. O mundo anda muito extremo, eu me sinto andando em solo minado todo o tempo, onde não posso falar, ouvir, ser o que eu quiser ser.  Eu sou cristão, sou ateu, sou hétero, sou gay, sou branco, sou preto, sou gordo, sou magro, sou rico, sou pobre, sou pecador, sou santo. E tudo que me proíbe de ser tudo isso, me ofende!

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