quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Superficial como gelo do lago


Durante esse longo ano , além de tudo que aprendi, passei a observar mais as pessoas. Isso entra na minha forma de selecionar as pessoas pelo seu caráter e saber que tipo de pessoas eu lido todos os dias. Percebi, sem fazer nenhuma pesquisa detalhada, que a maioria das pessoas são superficiais (não todas). Mas algumas tão superficiais quanto o sereno que cai ao sol quente, a maquiagem que cobre as imperfeições, quanto as bijuterias que de longe percebe-se que são feitas de latão, quanto os aromatizantes e colorantes químicos . Há muito tempo tenho observado quanto as pessoas mudam de caráter  quando querem algo material ou mesmo um elogio para alimentarem o próprio ego porque não se sentem felizes com quem são e precisam de “supostas” aprovações. Já vi as mesmas pessoas mentirem e contarem  as mesmas histórias inúmeras vezes diferentes e fantasiosas para se sentirem aceitas pelo que elas consideram “pessoas influentes”. Já vi pessoas abrirem a boca em defesa de certas bandeiras que elas nunca defenderam, apenas para estarem integradas em algo. Alias, vi muitas pessoas que sentem a necessidade de pensar como o coletivo, mas só quando esse coletivo é  “bem-visto” socialmente. Eu sempre achei que muitas pessoas perceberiam a artificialidade de outras, mas vi que às vezes elas são tão profissionais que enganam até a si mesmo e vivem em um mundo de ilusão e fantasia. Vi muita gente em cima do muro apenas por medo de se comprometerem diante outras pessoas, quando essas possuíam duas ou mais  personalidades tão distintas para cada lado. Há ainda aquelas pessoas que se beijam e se abraçam enquanto em outros ocasiões se alfinetavam (lógico, pelas costas). Vi muitas pessoas vazias que faziam uma bela cobertura de bolo, colorido e cheiroso, enquanto o gosto era amargo e o recheio podre.  Vários “nuncas” foram ditos quando estes não duravam 10 minutos. E como se diz hoje em dia, eu só observo. Não estou falando de maneira alguma que eu me isento de tudo isso, mas ao contrário, mostro realmente quem sou e o que penso, mas como sempre falo em meus textos aqui, nem todos estão preparados e se sentem ofendidos ou até mesmo ameaçados. Por exemplo, já fiquei sabendo de pessoas que destruíram minha imagem para outras por medo de máscaras caírem. Mas como eu disse, sempre fico na minha e só observo. Eu sei que internamente sou uma bagunça, sei os pesos que carrego comigo, sei os tropeços que levo e as quedas que me derrubam, mas prefiro ser isso, essa bagunça, esse bolo tão mal enfeitado e, às vezes, com uma cobertura amarga, mas com um recheio doce e saboroso do que ser superficial como o gelo de um lago que vem em temporadas e nunca se sustenta por muito tempo e logo derrete.  Prefiro ser estável em quem eu sou do que ser um lugar tão fino que ninguém arriscaria uma caminhada, pois a qualquer momento poderia rachar e levar quem está na superfície para um fundo obscuro e cheio de podridão. 

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