Durante esse longo ano , além de tudo
que aprendi, passei a observar mais as pessoas. Isso entra na minha forma de
selecionar as pessoas pelo seu caráter e saber que tipo de pessoas eu lido
todos os dias. Percebi, sem fazer nenhuma pesquisa detalhada, que a maioria das
pessoas são superficiais (não todas). Mas algumas tão superficiais quanto o
sereno que cai ao sol quente, a maquiagem que cobre as imperfeições, quanto as bijuterias
que de longe percebe-se que são feitas de latão, quanto os aromatizantes e
colorantes químicos . Há muito tempo tenho observado quanto as pessoas mudam de
caráter quando querem algo material ou
mesmo um elogio para alimentarem o próprio ego porque não se sentem felizes com
quem são e precisam de “supostas” aprovações. Já vi as mesmas pessoas mentirem
e contarem as mesmas histórias inúmeras
vezes diferentes e fantasiosas para se sentirem aceitas pelo que elas
consideram “pessoas influentes”. Já vi pessoas abrirem a boca em defesa de
certas bandeiras que elas nunca defenderam, apenas para estarem integradas em
algo. Alias, vi muitas pessoas que sentem a necessidade de pensar como o
coletivo, mas só quando esse coletivo é “bem-visto”
socialmente. Eu sempre achei que muitas pessoas perceberiam a artificialidade
de outras, mas vi que às vezes elas são tão profissionais que enganam até a si
mesmo e vivem em um mundo de ilusão e fantasia. Vi muita gente em cima do muro
apenas por medo de se comprometerem diante outras pessoas, quando essas possuíam
duas ou mais personalidades tão
distintas para cada lado. Há ainda aquelas pessoas que se beijam e se abraçam
enquanto em outros ocasiões se alfinetavam (lógico, pelas costas). Vi muitas
pessoas vazias que faziam uma bela cobertura de bolo, colorido e cheiroso,
enquanto o gosto era amargo e o recheio podre.
Vários “nuncas” foram ditos quando estes não duravam 10 minutos. E como
se diz hoje em dia, eu só observo. Não estou falando de maneira alguma que eu
me isento de tudo isso, mas ao contrário, mostro realmente quem sou e o que
penso, mas como sempre falo em meus textos aqui, nem todos estão preparados e
se sentem ofendidos ou até mesmo ameaçados. Por exemplo, já fiquei sabendo de
pessoas que destruíram minha imagem para outras por medo de máscaras caírem.
Mas como eu disse, sempre fico na minha e só observo. Eu sei que internamente
sou uma bagunça, sei os pesos que carrego comigo, sei os tropeços que levo e as
quedas que me derrubam, mas prefiro ser isso, essa bagunça, esse bolo tão mal
enfeitado e, às vezes, com uma cobertura amarga, mas com um recheio doce e
saboroso do que ser superficial como o gelo de um lago que vem em temporadas e
nunca se sustenta por muito tempo e logo derrete. Prefiro ser estável em quem eu sou do que ser
um lugar tão fino que ninguém arriscaria uma caminhada, pois a qualquer momento
poderia rachar e levar quem está na superfície para um fundo obscuro e cheio de
podridão.
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